Parvovirose

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Como diagnosticar e tratar a Parvovirose?

O diagnostico da Parvovirose Canina é feito com base nos sintomas clínicos e nas análises efectuadas.

As alterações hispatológicas em cães infectados, apesar de serem características, só podem ser usadas para confirmação post-mortem. Somente a detecção do vírus nas fezes e/ou a demonstração de anticorpos IgM no soro confirmam positivamente a infecção aguda.

Não existe nenhum medicamento especifico que elimine este vírus.

O tratamento deve ser iniciado de imediato e o animal deve ser hospitalizado para tratamento. Essencialmente o tratamento consiste em:

  • Corrigir a desidratação e o equiibrio electrolítico com a administração parenteral de soro, glucose, complexo vitamínico;
  • Compensar a hipoproteinémia com a administração de soro hipertónico;
  • Controlo dos vómitos com a administração de anti-eméticos e anti-ácido e protectores gástricos;
  • Combate à infeção bacteriana com a administração de antibióticos;
  • Estimulação do sistema imune com imuno-modeladores.


Os cães infectados devem ser mantidos quentes, sobre o olhar atento de um auxiliar e estar separado dos outros cães. Limpezas regulares das camas e desinfeção apropriadas do local onde os animais infectados permanecem é uma forma de controlar o alastramento do vírus.

O prognóstico da recuperação da parvovirose canina é bastante reservado, dependendo o sucesso da:

  • Idade do animal – quanto mais novo menos resistência tem;
  • Duração da infeção – um diagnóstico precoce trás mais possibilidades de recuperação;
  • Carga viral – existe um grau de infeção ligeiro e um grave;
  • Resposta ao tratamento – todos os animais reagem de maneira diferente aos tratamentos efectuados.
  • O que é a Parvovirose?

  • A Parvovirose é uma das viroses mais conhecidas e mais contagiosas entre os cães domésticos, sendo também chamada de Enterite Canina Parvoviral.
    A doença causada por um parvovírus manifesta-se de duas formas, que são:
  • Forma Entérica / Intestinal;
  • Forma miocárdica / Cardíaca.

A forma entérica é mais frequentemente reconhecida, por mostrar sinais evidentes. A forma miocárdica é geralmente diagnosticada no post-mortem, pois a maioria dos animais morre subitamente sem mostrar sinais clínicos.

A Parvovirose Canina é altamente contagiosa e uma doença bastante grave, que é causada por um vírus que ataca o trato gastrointestinal dos cachorros, cães adultos e canídeos selvagens. Foi descoberta em 1978 e, desde aí, tem-se espalhado por todo o mundo.

Ataca mais cães jovens do que adultos, pelo facto destes últimos serem mais resistentes pela imunidade naturalmente adquirida.

Apresenta alta mortalidade, cerca de 80%, principalmente entre cães jovens e de raças puras ou animais fracos ou debilitados por parasitas intestinais ou carências nutritivas.

A doença é causada por um vírus classificado entre outros que atacam canídeos, ratos, porcos, gado e o homem.
Estudos em vários grupos de cães, e amostras enviadas para laboratórios de referência mostram que a diarreia causada pelo parvovirus é mais severa e prevalente do que outras diarreias víricas.

No cão, a doença da parvovirose instala-se principalmente no aparelho digestivo, provocando elevação da temperatura, podendo atingir 41ºC, mas em animais mais velhos pode ocorrer diminuição da temperatura.
Nessa fase o animal torna-se apático e sem apetite, logo após tem início o vómito, diarreia escura com sangue e odor fétido. Alguns animais apresentam também tosse, além de inchaço nos olhos ou inflamação da córnea (conjuntivite).

Como se transmite a Parvovirose?

As fezes contaminadas são a fonte primária de infecção da parvovirose canina.

O CPV-2  (Parvovirus canino) é altamente contagioso e espalha-se por contacto directo do cachorro com fezes contaminadas, ambientes e/ou pessoas contaminadas.
O vírus pode também contaminar as superfícies dos canis, os recipientes do alimento e da água, trelas e coleiras, e as mãos e roupa do pessoal que contacta com animais infectados.

Após a exposição oral, o vírus da parvovirose infecta os linfonodos regionais da faringe e tonsilas (amígdalas). A partir desse momento, o vírus entra na corrente sanguínea (fase de viremia) e invade vários tecidos, incluindo:

  • Timo;
  • Baço;
  • Linfonodos;
  • Medula óssea;
  • Pulmões;
  • Miocárdio;
  • e finalmente o Jejuno distal e o Íleo, onde continua a sua replicação.

A replicação causa a necrose das criptas do epitélio do intestino delgado, com eventual destruição das vilosidades. O vírus da parvovirose também pode causar lesões em outros órgãos que invade, contribuindo para múltiplos sintomas como linfopenia (medula óssea), miocardite (coração) e sinais respiratórios (faringe)

É resistente ao calor, ao frio, à humidade e à seca, e pode sobreviver no ambiente por longos períodos de tempo (mais de 6 meses).

Como o vírus da parvovirose pode permanecer infeccioso por muitos meses no ambiente, a contaminação ambiental exerce um papel importante na transmissão, devendo os ambientes contaminados ficar sem receber outro animal por, no mínimo, um ano. 
Mesmos apenas vestígios de fezes contendo o vírus são reservatórios ambientais e podem infectar animais que contactem com o ambiente infectado.

O vírus é facilmente transmitido de lugar para lugar nos pêlos ou membros dos cães ou através de caixas, sapatos ou outros objectos contaminados.

Todos os cães estão em risco, mas cachorros com idade inferior a quatro meses e cães adultos jovens não vacinados estão em risco acrescido de se infectarem e ficarem doentes.

Quais os sintomas da Parvovirose Canina?

A doença normalmente apresenta-se como um episódio gastroentérico severo, altamente contagioso e quase sempre hemorrágico em cachorros (com mais de 3 semanas de idade).

Os animais afetados apresentam inicialmente:

  • Apatia;
  • Perda de apetite;
  • Desidratação;
  • Febre;
  • Vómitos esporádicos ou profusos;
  • Diarréia severa muitas vezes com sangue.

Em muitos casos, os animais afetados podem desidratar rapidamente e morrer 24 ou 48 horas após o aparecimento dos sintomas.

Os sinais clínicos geralmente aparecem até 4 dias após a exposição inicial (infecção), no entanto, o período de incubação pode chegar aos 12 dias.

Fase virémica da Parvovirose Canina

No começo do curso da doença, ocorre uma profunda viremia antes do aparecimento da gastroenterite, e a temperatura do animal começa a subir. É durante a fase virémica que o sistema imunitário fica totalmente debilitado, ocorrendo uma profunda leucopenia.

Fase clínica da Parvovirose Canina

Após a fase virémica surge uma multiplicação bacteriana, à medida que os sinais clínicos se tornam mais evidentes. Durante a fase clínica da doença, grandes quantidades de vírus são eliminadas nas fezes. A fase de eliminação do vírus não é muito longa e dura de 10 a 14 dias. Animais com eliminação crónica não têm sido encontrados.

Fase de recuperação da Parvovirose Canina

Durante a fase de recuperação, os sinais clínicos regridem rapidamente dentro de 5 a 10 dias depois de seu aparecimento.
A maioria das mortes provocadas pela parvovirose acontecem 48 a 72 horas após surgirem os primeiros sintomas. Se o seu cão tiver algum destes sintomas contacte imediatamente o Médico Veterinário.