Alimentaçao

  • O cão, no seu estado selvagem era um animal cuja alimentação era essencialmente carnívora. Vivendo em matilha, caçava pequenas presas que devorava juntamente com os restantes membros do grupo. Este facto, levou a que durante muitos anos, se defendesse que os cães deveriam ser alimentados à base de carne crua. Verificou-se depois, que isso era insuficiente para satisfazer as suas necessidades, pois apesar de lhe ser fornecida proteína em quantidade, surgiam carências em açúcares, gorduras e fibras; Talvez isto se justificasse porque na natureza, apesar do cão se alimentar apenas da sua presa, ingeria fibras presentes na pele, assim como gordura.
  • Há veterinários que defendem, ainda, que uma alimentação correcta deve incluir algumas refeições de carne crua, no entanto, tem-se verificado cada vez menor aceitação de tal teoria, pois essa carne crua é eventual transmissora de doenças.
  • Alguns proprietários, recorrem a sobras das suas próprias refeições para alimentar os seus animais de estimação: contam estar a fazer o certo, fornecendo ao animal uma alimentação variada, saborosa (graças aos temperos utilizados) e que lhe dá imenso prazer, nomeadamente ao roer ossos que sobraram do almoço ou jantar da véspera. Estes donos, com boas intenções, estão a prejudicar o seu animal. Embora muita gente considere que "o cão é para comer restos", o seu aparelho digestivo é tão sensível como o do humano ou mesmo mais; Não tolera certos alimentos (carne de porco e derivados, por exemplo), e os temperos prejudicam, inclusive a qualidade do pêlo. Os ossos, que tanto prazer dão ao animal, chegam a ser fatais, principalmente se forem fáceis de transformar em lascas, as quais ao progredirem ao longo do tubo digestivo vão causando diversas feridas ou mesmo perfurações gravíssimas.
  • O amor que alguns proprietários dedicam ao seu animal faz com que lhe pretendam dar o melhor tipo de alimentação possível: Dedicam horas à preparação de cozinhados mais ou menos elaborados, em que incluem carne ou peixe da melhor qualidade, legumes variados e arroz ou massa, por vezes condimentando para dar "mais gosto". Dificilmente aceitam que o cãozinho não se importe de comer duas refeições seguidas do mesmo alimento. Esta forma de alimentação, aproxima-se mais do que seria ideal, pois entra-se em conta com as diferentes necessidades do animal, no entanto, é praticamente impossível em nossas casas, elaborar refeições que englobem tudo o que o cão necessita e principalmente nas doses adequadas. Para além deste contra, é um tipo de alimentação que se torna muito caro e trabalhoso, principalmente se se tratar de um animal de raça grande.
  • O mercado dos produtos para animais aumentou imenso nos últimos dez anos e com ele a indústria dos alimentos para cão, que evoluiu de tal forma que são inúmeras as marcas que conseguimos encontrar nas prateleiras dos supermercados, com embalagens mais ou menos atractivas e preços acessíveis. Contudo nem todas as marcas têm a qualidade que pretendemos fornecer aos "nossos amigos de quatro patas".
  • Os alimentos enlatados, extremamente apetitosos para os cachorros e cães adultos, são facilmente degradáveis uma vez aberta a embalagem; Para além disso, incorporam uma elevada percentagem de água, o que faz com que o animal não veja satisfeitas as suas necessidades. Muitas vezes os corantes e conservantes associados fazem com que os cães mais sensíveis se ressintam, apresentando distúrbios intestinais (timpanismo - "gazes abdominais", diarreias, vómitos...).
  • A forma mais correcta de alimentar o nosso animal de estimação passa pela compra de rações leofilizadas, vulgarmente designadas de "rações secas", "croquetes" ou "bolinhas". Existem nas mais variadas formas e paladares, com embalagens que vão desde poucas gramas até cerca de 20 quilogramas. Duma forma geral são agradáveis ao paladar do animal, tendo como vantagens o facto de serem extremamente práticas, prontas a comer, exigindo apenas uma taçinha de água ao lado para que o animal sacie a sede, enquanto se vai deliciando com este tipo de alimento.
  • Dentro das várias marcas disponíveis, podem-se distinguir dois tipos: a gama standard, de larga distribuição a supermercados, e a gama dito premium que só é comercializada em lojas da especialidade e clínicas veterinárias. As primeiras são vendidas a preços extremamente acessíveis, mas nem sempre são de boa qualidade. Nas premium prima-se pela utilização de ingredientes de melhor qualidade - opta-se geralmente pela carne fresca, com elevada digestibilidade e responsável pelo aporte da proteína animal que deve corresponder a um mínimo de 12% (o ideal é 25%) da energia fornecida pela ração; teor em fibra (geralmente sob a forma de trigo, arroz ou milho, sendo o primeiro, o mais facilmente digerível) entre os 2 e 5%, assegurando correcto funcionamento gastrointestinal, sem excessos que aumentem o volume fecal; maior quantidade de cálcio para cães em crescimento ou cadelas em lactação(cerca de 1.3%), menor teor de gordura para animais obesos, por oposição aos 30% a fornecer a uma fêmea em lactação, assim como suplementos ricos em vitaminas (A, C, D, E, K e complexo B), etc. O correcto balanceamento dos nutrientes faz com que o animal ingira diariamente pequenas quantidades de alimento; A simultânea ou posterior ingestão de água, fará com que os pedaços de ração aumentem de volume no estômago (ao serem hidratados) e o animal fique satisfeito. Desta forma, uma ração que à primeira vista pareceria muito cara, torna-se bem mais económica:
  • - o animal come menor quantidade, e a embalagem torna-se mais rentável;
  • - não temos qualquer incómodo a confeccionar alimento;
  • - salvo em casos de crescimentos rápidos, dispensa-se os suplementos vitaminicos e minerais;
  • - o animal crescerá saudável, com pêlo brilhante, pele saudável, dentes sãos (menor tendência à formação de tártaro) e fezes sempre moldadas.
  • Para satisfazer o animal mas essencialmente para que o dono sinta que está a dar um prazer especial ao seu cão, pode fornecer-lhe muito espaçadamente (no máximo, uma vez por semana) uma refeição confeccionada por si, incluindo sempre carne (nunca de porco, e sempre desossada) ou peixe cozido, sem tempero, acompanhada por arroz cozido e com legumes (cenoura, nabo, agrião, alface...). Como "mimo", o cão só deve comer, esporadicamente, biscoitos próprios para cães, ou pedaço de fruta, cenoura crua; por vezes uma bolacha de água e sal. Se pretender dar um osso ao seu cão para que ele o roa demoradamente, recorra unicamente ao osso do joelho de vaca, o qual ele não conseguirá fragmentar, e portanto não lhe causará problemas.
  • Seguindo estes conselhos, os nossos amiguinhos felpudos crescerão mais saudáveis e poderemos partilhar a sua companhia durante muito tempo.